“Pois dou testemunho de que eles deram tudo quanto podiam, e até além do que podiam. Por iniciativa própria” (2 Co 8.3).
A vida só é plenamente vivida quando vivo o que quero, mesmo que isso me escravize. O que não posso é deixar de querer. A questão maior não está no poder, mas no querer. Quase sempre conseguimos o que queremos. Com as devidas exceções, “querer é poder”. Se você quer, você pode. O que precisamos é juntar o querer com o fazer. Muitas vezes queremos o que não nos dispomos a fazer e com isso achamos que não conseguimos. Por isso afirmo que só queremos realmente alguma coisa que vale a pena quando entramos em ação para consegui-la. Por exemplo, todas as pessoas querem ter saúde, mas poucas valorizam o sono, a boa alimentação e os exercícios físicos e mentais. Querem, mas não fazem nada em prol do que querem. É preciso querer e fazer.
Gosto de uma expressão bíblica atribuída a Jesus, quando se diz que ele não quebra o caniço rachado, nem apaga o pavio fumegante (Mt 12.20). Em geral, vivemos rachados e mais para fumaça do que para fogo. Jesus é aquele que restaura o caniço e acende a nossa chama. Mas para isso precisamos querer. Ele dizia a todos: “Se alguém quiser acompanhar-me, negue-se a si mesmo, tome diariamente a sua cruz e siga-me” (Lc 9.23). Ninguém segue Jesus coagido, contrariado. Ele não violenta nem faz apelos emocionalmente irresistíveis. É preciso querer segui-lo. E isso implica em renúncias e mudanças de valores. Mas quem quer, consegue. O que me impressiona em Jesus, é essa liberdade que ele nos dá. Ele não coage, ele nos deixa ir se quisermos (Jo 6.67). Compensa? (Jo 6.68).
Estou certo que a revolução está no querer, não na inteligência, no dinheiro, na força. Pouco adianta a inteligência que discerne mas não age; pouco adianta o dinheiro que não é investido; pouco adianta a força que não se mobiliza para a ação. O que você quer? Se o querer é ético e bíblico, você pode, se quiser.
Fomos criados para dominar. E até que entremos em ação não descobrimos isso.