A graça de aceitar e ser aceito

“Portanto, aceitem-se uns aos outros, da mesma forma que Cristo os aceitou, a fim de que vocês glorifiquem a Deus” (Rm 15.7).

Um dos males dos dias atuais é a solidão. Vivemos aglomerados, mas ao mesmo tempo nos sentimos sozinhos. Mas esse problema não é novo, ele é uma conseqüência do pecado. A Bíblia diz que “todos nós, tal qual ovelhas, nos desviamos, cada um de nós se voltou para o seu próprio caminho” (Is 53.6). Lembre-se do Jardim do Éden. Quando Adão e Eva pecaram, eles quebraram a comunhão com Deus e começaram a fazer acusações entre si. O medo passou a provocar desconfiança e insegurança em nossas relações. Isso se tornou tão crônico entre os humanos, que uma de nossas maiores dificuldades é se relacionar, abrir o coração com alguém, confessar pecados, fazer amigos, viver em comunidade. Temos dificuldade de aceitar as pessoas exatamente como elas são e dificilmente encontramos alguém que nos aceite como somos. Entre os primeiros irmãos não houve aceitação. Quando Deus perguntou para Caim: “Onde está seu irmão Abel?”. Ele respondeu: “Não sei; sou eu o responsável por meu irmão?” (Gn 4.9). A graça de aceitar e ser aceito é uma necessidade premente.

Precisamos desenvolver a capacidade de ser vulnerável, de se deixar influenciar por outras pessoas. Isso é mais que transparência. Ser transparente pode ser nada mais que revelar de si mesmo aos outros, no momento e do modo que alguém escolher. Não deixa de ser um bom começo. Mas, na vulnerabilidade, você se coloca deliberadamente sob a influência de outras pessoas, submetendo-se a elas, inclusive. Você dá aos outros o direito de conhecerem sua dor e permite que cuidem de você. Enfim, ser vulnerável é ser exatamente o que somos diante de Deus e dos outros.Você quer saber uma boa maneira de glorificar a Deus? É aceitando as pessoas, amando-as, valorizando-as, respeitando-as. A Bíblia diz: “Portanto, aceitem-se uns aos outros, da mesma forma que Cristo os aceitou, a fim de que vocês glorifiquem a Deus” (Rm 15.7). Essa aceitação mútua mudará nossa vida e a dos outros.

As pessoas não seriam melhores se fossem como queremos, como também não seríamos melhores se fossemos como as pessoas querem. Deus nos aceita como somos, mesmo que tenhamos que melhorar sempre.