Vida Vitoriosa

“Mas graças a Deus, que sempre nos conduz vitoriosamente em Cristo e por nosso intermédio exala em todo lugar a fragrância do seu conhecimento” (2 Co 2.14).

Por ocasião do primeiro retiro de vida vitoriosa, memorizamos esse versículo que expressa tão bem o estilo de vida que Jesus conquistou e oferece a todo aquele que nele confia como Senhor e Salvador de sua vida. Esse é um padrão que parece irreal ao dizer que “sempre” somos conduzidos vitoriosamente. Quem vive sempre em vitória? Mas logo se percebe que esse viver vitorioso é para quem está em Cristo. Estar em Cristo é ter a vida de Cristo em si. É poder dizer “não mais eu mas Cristo vive em mim”. Daí por diante Deus espalha por todos os lugares o perfume de seu conhecimento através de nós. O segredo está nele, não em nós.

Mas é realmente bíblico esse viver vitorioso? É verdade que alguém possa viver de maneira sempre triunfante? Isso é condizente com o que conhecemos como vida nesse torrão onde pisamos? Qualquer pessoa ponderada vai dizer que ninguém é sempre feliz. Mas não há como negar que todo filho de Deus sente instintivamente que uma vida vitoriosa lhe é um direito inalienável. A Bíblia enaltece o vencedor. Mas essa vida vitoriosa não acontece na inércia. Foi depois de falar de acusações, condenações, tribulação, angústia, perseguição, fome, nudez, perigo, e espada, que o apóstolo Paulo escreveu: “Mas, em todas estas coisas somos mais que vencedores, por meio daquele (Jesus) que nos amou” (Rm 8.37).

Temos duas dificuldades básicas que impedem o usufruto dessa vida vitoriosa: a pouca compreensão das verdades bíblicas e a falta de prática dessas verdades. A vida cristã não pode ser apenas uma recordação da alegria dos primeiros cristãos. A vida vitoriosa em Cristo é para todos nós hoje. Jesus morreu na cruz e ressuscitou para nos resgatar da mão dos inimigos e para o servirmos sem medo (Lc 1.74). Ele veio para destruir as obras do Diabo (1 Jo 3.8), e nos possibilitar essa vida plena pelo poder de seu Espírito em nós. De fato devemos ser cheios de toda a plenitude de Deus (Ef 3.19).

Jesus é capaz de salvar definitiva, completa e eternamente, aqueles que, por meio dele, aproximam-se de Deus, pois vive sempre para interceder por eles (Hb 7.25). Mas para mudar de vida a pessoa precisa nascer de novo pelo Espírito Santo, recebendo a Jesus como Senhor e Salvador pessoal para se tornar uma nova criatura (Jo 1.12; 3.3, 7; 2 Co 5.17). O problema é que a maioria dos que têm essa experiência, não vive com base no que são, mas no que fazem. É a verdade que nos liberta (Jo 8.32), e nada pode nos separar do amor de Deus que está em Cristo Jesus, nosso Senhor (Rm 8.37-39). Estamos assentados nos lugares celestiais em Cristo Jesus (Ef 2.6). É isso que somos – luz no Senhor. Por isso devemos viver como filhos da luz (Ef 5.8).

É bem verdade que nesta vida há tempo para nascer e morrer, plantar e colher, tempo de morte e de cura, de derrubar e construir, de chorar e de rir, de pranto e de dança, de espalhar e de ajuntar, de abraçar e de afastar-se, de procurar e desistir, de guardar e jogar fora, de rasgar e costurar, de calar e falar, de amar e aborrecer, tempo de guerra e tempo de paz (Ec 3.1-8). Quase sempre preferimos cura, riso, dança, abraço, amor e paz. Mas a vida vitoriosa deve ser vivida em cada circunstância da vida. Não importa o que aconteça, confiemos em Deus, assumamos nossa posição, e pela fé vivamos à altura de nossa posição em Cristo. Qualquer que seja a fase da vida, nossa atitude com base no que somos em Cristo, e no que cremos, faz toda a diferença. Somos o que cremos, e o que cremos começa com o que somos – sempre vitoriosos em Cristo. Amém!