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Igreja grande não é problema

Esta semana conversando com alguém que faz parte de uma igreja grande, com centenas de membros, ouvi suas reclamações sobre a falta de comunhão e de cuidado pastoral. Rapidamente argumentei com ela que igreja grande não é problema. A questão está na maneira de ser igreja.

Pelo que ouvi, ela faz parte de uma igreja de programas onde as pessoas vão ao templo para participar de eventos, nada mais. Ela mesma clamou a necessidade de cuidados pastorais que não tem. Precisa tratar de problemas pessoais até agora ignorados dos líderes e do pastor da igreja. Mesmo assim, ela participa ativamente de um ministério na igreja. Mais uma evidência da decadência desse sistema.

A igreja é uma família. Todos nós temos uma família imediata e uma família ampliada. A primeira é o lar (pai, mãe e filhos); a segunda é a parentela (avós, irmãos, tios, primos). A célula é como a família imediata; o culto no templo é como a família ampliada. Esse equilíbrio entre o templo e as casas na vivência da igreja, supre todas as carências na vida cristã (At 5.42; 20.20).

Precisamos de pais e mães espirituais em nossa igreja. Pessoas liberadas e disponíveis para investirem na vida de outros. As igrejas estão cheias de “mestres”. Mas onde estão os pais e mães espirituais? (1 Co 4.14-21).

Uma igreja de líderes

Liderança é influência. Liderança é o que somos, não o que fazemos. Antes de dizer o que fazer no Sermão da Montanha, Jesus disse: “Vocês são”. A igreja deve considerar mais o ser do que o fazer, pois quem é faz, mas nem todo que faz é. Jesus disse: “Basta ao discípulo ser como o seu mestre” (Mt 10.25). Ele disse isso se referindo ao sofrimento que seus seguidores enfrentariam por segui-lo. Mas essa declaração diz também que devemos crescer para parecermos com o mestre.

Um sábio general disse: “O primeiro dever de qualquer líder é criar mais líderes”. Hoje vejo a igreja como uma comunidade de líderes. A liderança é aprendida ou adquirida por meio de treinamento, o que significa dizer que todo crente pode ser líder. O autor de Hebreus escreveu aos seus leitores: “Pois, com efeito, quando devíeis ser mestres, atendendo ao tempo decorrido, tendes, novamente, necessidade de alguém que vos ensine, de novo, quais são os princípios elementares dos oráculos de Deus; assim, vos tornastes como necessitados de leite e não de alimento sólido” (Hb 5.12 – RA).

Em breve vamos começar um TLA - Treinamento de líderes auxiliares. Cada membro da igreja deve se interessar em fazê-lo, pois ele nos beneficia em todos os sentidos. Nenhuma igreja cresce sem liderança, e os líderes não nascem feitos, eles devem ser feitos. Venha, vamos juntos formar uma igreja de líderes.

A célula é a igreja

Uma das expressões usadas para referir-se a célula, é que ela é a Comunidade Cristã de Base, ou seja, a célula é uma comunidade porque as pessoas que a compõem têm um estilo de vida em comum (At 2.44). Ela é cristã porque a presença de Cristo nela faz toda a diferença. Ele mesmo disse: “Pois onde se reunirem dois ou três em meu nome, ali eu estou no meio deles” (Mt 18.20). A célula é chamada de base porque ela é a maior expressão de ser igreja. Ela é coluna e fundamento da verdade (1 Tm 3.15). Devemos o quanto antes renovar a nossa mente (Rm 12.2), para eliminar o falso conceito de que a igreja é o templo ou se expressa apenas no templo. O equilíbrio deve ser mantido da seguinte maneira: Uma célula é a igreja; todas as células juntas são a igreja.

Sendo a célula a base e o coração da igreja, tudo o que acontece na programação da igreja deve ser em função das células. Nada deve concorrer com as células na vivência da igreja. Toda a estrutura que existe e todos os ministérios que servem, devem atender ao bom andamento das células.

Todo membro deve pertencer a uma célula, toda liderança deve ser a partir da célula. Fazer qualquer coisa na igreja que não vise diretamente a multiplicação das células por meio do gerar filhos para Deus, perde a sua expressão. Devemos mudar o foco do fazer as coisas para Deus, para priorizar o gerar filhos para Deus.

A clareza da visão

Quando Deus revelou sua vontade para o profeta Habacuque, ele disse: “Escreva claramente a visão em tábuas, para que se leia facilmente” (Hc 2.2). Deus me deu a visão de uma igreja em células e quero deixar isso cada vez mais fácil de entender para todos. A nossa igreja é uma igreja em células.

A Bíblia diz: “Se a trombeta não emitir um som claro, quem se preparará para a batalha?” (1 Co 14.8). O exército romano aperfeiçoou o uso de trombetas para propósitos militas. Ele tinha 43 códigos diferentes de som que seus comandantes usavam para os mais diferentes propósitos.

A igreja deve tocar a trombeta com um som claro e inconfundível. É isso que estou fazendo, quando digo que nosso propósito é “trazer pessoas para Jesus através de células que se multiplicam a cada ano, edificar uma igreja de vencedores onde cada membro é um ministro e cada casa uma extensão da igreja”.

Ninguém estará engajado na vida desta igreja sem ser membro de uma célula; ninguém deve liderar ou compor nenhum ministério se não for membro de uma célula; ninguém pode ser membro da MEAL ou da Equipe Pastoral, se não for membro de uma célula. Estou tentando escrever a visão com toda clareza. Ainda estamos numa transição, mas todos devem se considerar membros de células.

Seis Regras Para um Líder de Célula

Como este líder pode multiplicar sua célula seis vezes? Ele não tem entusiasmo suficiente, tão necessário para a multiplicação de um grupo. Então, em minha entrevista...

Carl Everett, o homem chamado de Sr. Multiplicação”, confirmou minhas suspeitas e disse-me que ele era uma pessoa muito tímida. “Como você multiplicou seu grupo tantas vezes?”, perguntei-lhe.“Oração, oração e oração”, ele disse-me. Carl e sua esposa Gaynel, lideram uma célula no Bethany World Prayer Center em Louisiana, EUA. Sua preparação para a célula inclui jejum e oração no dia do encontro da célula. Antes do encontro, eles ungem a comida, a calçada, o jardim, todos os cômodos da casa e até mesmo todos os lugares que serão ocupados [+] leia mais.

Sejam férteis e multipliquem-se!

Quando vamos a uma pescaria, o que queremos pegar? Muitos peixes ou peixes grandes? Certamente queremos os dois – quantidade e qualidade. Isso ilustra o que queremos com o ministério de células na igreja.

Queremos ganhar muitas pessoas para Jesus e isso com qualidade, ou seja, pessoas verdadeiramente convertidas que crescem na fé e ganhem outras para o Reino de Deus, multiplicando-se continuamente como Paulo falou para Timóteo: “E as palavras que me ouviu dizer na presença de muitas testemunhas, confie-as a homens fiéis que sejam também capazes de ensinar outros” (2 Tm 2.2).

Estamos em pleno andamento com a célula protótipo que deve com a graça de Deus se multiplicar em duas ou três até o final do ano. Esse é o processo que queremos seguir, multiplicando-se gradualmente e não apenas criando uma estrutura imediata onde todos são incluídos em pequenos grupos, mas sem a devida vivência como fizemos no passado com grupos familiares.

Paralelo aos encontros semanais da célula, está acontecendo o trilho de discipulado em duplas, um excelente conteúdo que certamente edifica a todos que o fazem. Já estamos na terceira estação, sem falar que alguns irmãos que não estão na célula também estão fazendo esse discipulado. Eia igreja!!!

Pacto de Células

Em nossa igreja temos feito uma reciclagem dos valores cristãos para relacionamentos de qualidade. Quase todos os membros participaram de encontros semanais por três meses com esse propósito. Preguei uma série de mensagens sobre alguns desses valores que agora exponho em três pastorais seguidas.

1. Decido ser gracioso. A Bíblia diz: “Aceitem-se uns aos outros, da mesma forma que Cristo os aceitou, a fim de que vocês glorifiquem a Deus” (Rm 15.7). Vivemos numa sociedade de trocas, barganhas, méritos, conquistas e direitos. Você tem que fazer por merecer. Se quiser o amor de alguém, por exemplo, deve conquistar tal pessoa. Isso está longe do amor incondicional, que escolhe amar, edificar e aceitar as pessoas independentemente do que digam ou façam. Ser gracioso não depende do que as pessoas dizem ou fazem. Mesmo que não concorde com suas ações, posso decidir amá-las como pessoas. Cada um de nós deve resolver com a ajuda de Deus ser gentil, reconciliador e gracioso.

2. Decido ser honesto. As palavras de Rui Barbosa sobre honestidade são bem conhecidas: “De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto”. Ser honesto é uma questão de caráter, de índole, de foro íntimo, de princípio de vida, de temor a Deus, de obediência às Sagradas Escrituras. Ser honesto é uma decisão. Honestidade tem a ver com meus valores e com a minha condição interior. “Acima de tudo, guarde o seu coração, pois dele depende toda a sua vida” (Pv 4.23). A pessoa honesta tem em Deus e na sua consciência duas testemunhas permanentes.

3. Decido ser transparente. A nossa maior dificuldade na condição de pecadores é sermos exatamente o que somos, como aconteceu com Adão e Eva (Gn 3.8-10). Ninguém pode se esconder de Deus. Tudo está descoberto e exposto diante daquele, cujos olhos estão em toda parte, observando atentamente os maus e os bons (Hb 4.13; Pv 15.3). Todos somos transparentes diante de Deus por aquilo que ele é e sabe a nosso respeito, mas isso não impede que procuremos sempre conservar a consciência limpa diante de Deus e dos homens (At 24.16). Isso sim, é uma decisão que tenho que tomar; viver de conveniências e aparências, ou ser transparente comigo mesmo, com as pessoas e com Deus. É claro que a minha transparência não expressa a essência de minha nudez interior, pois como bem disse o apóstolo Paulo: “Embora em nada minha consciência me acuse, nem por isso justifico a mim mesmo; o Senhor é quem me julga” (1 Co 4.4).

4. Decido ser uma pessoa de oração. “E longe de mim esteja pecar contra o Senhor, deixando de orar...” (1 Sm 12.23). Já foi dito que se você quiser envergonhar uma pessoa, pergunte pela sua vida de oração. Também já foi observado que a melhor maneira de conhecer o potencial de uma igreja é vendo sua vida de oração. Não é por acaso que na maior igreja evangélica no mundo, a Igreja do Evangelho Pleno de Yoido (Yoido Full Gospel Central Church) em Seul na Coréia, o tempo investido em oração excede qualquer outra atividade na programação semanal. Alguém escreveu que se o Diabo pudesse destruir os dez lugares no mundo que ele mais odeia, ele escolheria os dez lugares onde mais se ora a Deus. Satanás sabe que quando oramos somos invencíveis, porque estamos armados do próprio Deus. Precisamos nos dedicar a oração (Cl 4.2). Orar não é algo natural, mas sim uma atividade espiritual. Por isso que Jesus disse: “O espírito está pronto, mas a carne é fraca” (Mt 26.41). A oração deve ter importância primária em minha vida. Devo fazer o pacto de orar sempre (1 Ts 5.17).

5. Decido ser sensível. Precisamos desenvolver a capacidade de captar e expressar sentimentos. Isso não é automático, deve ser aprendido e cultivado. Ser sensível é perceber o que ficou nas entrelinhas, o que se quis dizer sem ser dito, o que se pensou sem falar, o que se desejou sem fazer. Geralmente ficamos somente no óbvio, no explícito; mas a essência das coisas é percebida pela veia da sensibilidade. Sensibilidade é a capacidade de se relacionar de coração para coração. Todos precisamos ser sensíveis.

6. Decido ser disponível. A disponibilidade não costuma ser a primeira virtude percebida em nossa vida cristã. Mas, a Bíblia diz: “Quanto lhe for possível, não deixe de fazer o bem a quem dele precisa. Não diga ao seu próximo: Volte amanhã, e eu lhe darei algo, se pode ajudá-lo hoje” (Pv 3.27-28). Ser disponível é não está ocupado para o que é necessário, primordial e essencial na vida. Devo ser desimpedido de tudo que me impeça de viver os propósitos de Deus e ser útil ao meu próximo. Devo me concentrar nas melhores coisas deixando de lado aquelas que não são necessárias. Jesus falou isso para Marta, irmã de Maria e Lázaro. Ela censurou sua irmã Maria ao dar toda atenção para a visita de Jesus em sua casa, enquanto ela se preocupava e se inquietava com muitas coisas. Jesus lhe disse que apenas uma coisa é necessária e que Maria havia escolhido a boa parte, e esta não lhe seria tirada (Lc 10.38-42). A chamada “tirania do urgente” tem escravizado muita gente nesses dias de tanta correria. Hoje se vive mais em função das coisas que das pessoas. Brigamos pelas coisas e subestimamos as pessoas. Mas, “a vida de um homem não consiste na quantidade dos seus bens” (Lc 12.15).

7. Decido ser confidente. Ser confidente é ter uma virtude rara. Muitas pessoas não conseguem guardar confidências, o que gera cada vez mais desconfiança nos relacionamentos. A Bíblia diz: “Quem muito fala trai a confidência, mas quem merece confiança guarda o segredo” (Pv 11.13). Outra coisa que dificulta as confidências é que procuramos manipular as pessoas para que elas sejam como queremos. Não aceitamos as pessoas exatamente como elas são. Gosto de uma citação de Dietrich Bonhoeffer: “Deus não deseja que eu veja a outra pessoa de acordo com a imagem que parece boa para mim, isto é, com minha própria imagem; Deus criou esta pessoa à sua própria imagem”. Ser confidente não me torna popular, mas me torna importante para quem em mim confia.

8. Decido fazer prestação de contas. “Assim como o ferro afia o ferro, o homem afia o seu companheiro” (Pv 27.17). Em nossa sociedade ser independente é sinal de maturidade. A gente cresce para ficar independente, ter seu próprio dinheiro, sua própria casa, seu próprio carro, e o melhor, é quando não temos que dar satisfação a ninguém. Será que esse é o melhor caminho para bons relacionamentos e a maturidade? Claro que não. O padrão para o cristão é a interdependência, não a independência ou dependência. Ser interdependente é ser livre sem deixar de considerar as relações interpessoais, pois “quem se isola busca interesses egoístas e se rebela contra sensatez” (Pv 18.1). Cada um de nós deve tomar a iniciativa de procurar uma pessoa idônea para prestar contas. Quando não presto contas de minha vida para ninguém, fico completamente vulnerável a cair, pois passo a ser minha própria referência. Aceito ser questionado, confrontado, corrigido e repreendido, entendendo que isso é a maneira que Deus usa para me aperfeiçoar na vida cristã. Decido não reagir.

9. Decido ser assíduo. “Não deixemos de reunir-nos como igreja, segundo o costume de alguns, mas procuremos encorajar-nos uns aos outros, ainda mais quando vocês vêem que se aproxima o Dia” (Hb 10.25). Todos gostam de ler sobre a igreja primitiva. Aqueles irmãos eram dedicados ao ensino da Palavra de Deus, à comunhão e às orações. Havia profundo temor a Deus entre eles. Deus para eles não era apenas um credo, mas uma experiência. Estavam sempre juntos e “tinham tudo em comum”. Vendiam o que tinham para distribuir entre os necessitados. Eram alegres, sinceros e cheios de gratidão a Deus. Eram queridos, tendo a simpatia de todo o povo, e era uma igreja em constante crescimento (At 2.42-47). O estilo de vida simples era admirável. A igreja dos nossos dias precisa voltar às origens. Devemos minimizar os programas e maximizar os relacionamentos. Esses devem ser mais naturais. A assiduidade nos encontros fraternais é um bom sinal de vida cristã.

10. Decido evangelizar. “Quando prego o evangelho, não posso me orgulhar, pois me é imposta a necessidade de pregar. Ai de mim se não pregar o evangelho” (1 Co 9.16). Jesus começou e terminou seu ministério público chamando pessoas para serem pescadores de homens (Mc 1.14-20). Os quatro evangelhos terminam enfatizando a missão de pregar o evangelho (Mt 28.19; Mc 16.15; Lc 24.46-47; Jo 20.21). Com todo esse destaque de Jesus para a evangelização dos povos, os discípulos queriam ficar em Jerusalém, até que Deus os dispersou e eles evangelizavam por onde quer que fossem (At 8.1, 4). A Igreja nunca cresceu tanto como nos primeiros trezentos anos de sua história. A estratégia de Deus para a evangelização é cada crente. Se cada um de nós for fiel cada dia, veremos a expansão do Reino de Deus como nunca antes. Nem todos os crentes têm o dom de evangelista, mas todos são testemunhas de Jesus (At 1.8). Consciente de que a evangelização é uma ordem e não uma opção, que é um privilégio, mais que uma obrigação; decido evangelizar por amor a Cristo e ao meu próximo, entendendo que a obediência de outros trouxe o evangelho a mim. Não poderia ser omisso em cumprir essa missão sublime de evangelizar. Se posso apontar o caminho para o céu ao falar de Jesus, é um pecado ficar calado.

11. Decido trabalhar em equipe. “Os planos fracassam por falta de conselho, mas são bem-sucedidos quando há muitos conselheiros” (Pv 15.22). Numa equipe deve se levar em conta as relações pessoais antes de se falar em tarefas. Isso torna a equipe saudável e produtiva. Sem um bom relacionamento entre os membros da equipe, pode até haver quantidade, mas sem qualidade. O ativismo é uma forma de compensar a falta de intimidade entre seus membros. Uma equipe é composta por pessoas comprometidas, que sempre se aprimoram, tendo um líder que coordena o grupo na busca de metas comuns. Para que uma equipe obtenha êxito, deve buscar a direção de Deus. Mas a qualidade espiritual deve ser encontrada em cada integrante (1 Tm 1-13). O trabalho em equipe deve seguir critérios bem definidos. As metas devem ser avaliadas periodicamente. Numa equipe, cada membro deve saber o que fazer e como fazer e fazer bem. Gosto de uma máxima que diz: “O dever que é de todos acaba não sendo de ninguém”. Por tudo isso, decido trabalhar em equipe, reconhecendo que sozinho nunca farei o que posso fazer em conjunto com outras pessoas que pensam, agem e avaliam comigo. A soma no trabalho evita mais trabalho e gera mais resultados. Trabalhar em equipe reflete o propósito e a natureza de Deus para nós.

Início da Célula Protótipo

Hoje a noite começamos mais uma etapa em nossa igreja. Estamos na transição para células. Demos início a uma jornada que irá até à volta de Jesus. Temos muito o que fazer no Reino de Deus.

Graças a Deus já realizamos o "Intensivo de Reciclagem" com praticamente toda a igreja, já formamos uma turma do TLA - Treinamento de Líderes Auxiliares, e hoje realizamos o primeiro encontro da célula protótipo. Creio que esse encontro foi marcante, porque acreditamos que a partir desse grupo formado por Josué, Jová, Simone, Beth Alves (ausente), Quézia, e Antonio Francisco, muitas outras células virão para a glória de Deus.

A Bíblia diz: "Olho nenhum viu, ouvido nenhum ouviu, mente nenhuma imaginou o que Deus preparou para aqueles que o amam" (1 Co 2.9). É nessa confiança que estamos iniciando essa jornada, com esperança de nos multiplicarmos em uma multidão. Assim como Deus falou para Abrão: "Farei de você um grande povo, e o abençoarei" (Gn 12.3), cremos que essa palavra se cumprirá em nós pelo ministério de igreja em células. Esse é o modelo bíblico no Novo Testamento, seguido pela Igreja primitiva. As maiores igrejas hoje ao redor do mundo são igrejas em células. Esse é um movimento de Deus entre o seu povo.

Deus nos ajude a fazer a sua vontade na expansão do Evangelho através da vida de comunhão e evangelização da sua igreja. Alguém já disse que "a igreja que não for evangelística, logo deixará de ser evangélica". Se perdermos o senso de missão, perdemos o sentido de ser igreja.

Presença, Poder e Propósito

A igreja tem buscado ao longo de sua história maneiras de crescer e ser dinâmica. Muitos esforços já foram feitos para isso. Mas temos demorado entender isso. A igreja é mais que uma organização humana, ela é um movimento de Deus entre os homens. Apenas Jesus no poder do Espírito Santo pode fazer sua igreja avançar.

1. Presença. Jesus disse: “Onde se reunirem dois ou três em meu nome, ali eu estou no meio deles” (Mt 18.20). Não são as nossas dinâmicas, a eficiência de nossos líderes, nossas habilidades, celebrações, campanhas e técnicas várias que farão as células se multiplicarem. O segredo de nosso avanço está na presença viva e operosa de nosso Senhor Jesus Cristo em nossas vidas.

2. Poder. A presença viva de Jesus no meio da célula, manifestará o seu poder através dos dons espirituais na edificação de cada membro. Deus nos capacita com seus dons para isso. “A cada um, porém, é dada a manifestação do Espírito, visando ao bem comum” (1 Co 12.7). A mão de Deus dança entre nós.

3. Propósito. A célula jamais deve perder o seu sentido de missão. Ela deve edificar-se internamente, mas deve ao mesmo tempo buscar novas pessoas lá fora. Caso contrário, ela perde sua razão de ser. Jesus disse aos seus discípulos: “Vão pelo mundo todo e preguem o evangelho a todas as pessoas” (Mc 16.15).

A Célula Protótipo

A Célula Protótipo é um modelo no qual os defeitos foram corrigidos e que agora pode ser reproduzido em massa. Isso é bastante bíblico. Paulo considerava que sua vida era um modelo para os novos convertidos (1 Co 4.16; 11.1; Fp 3.17) e para os líderes (At 20.31). Mas ele também esperava que os novos convertidos e assistentes se tornassem modelos para os outros (1 Ts 1.6-7; 1 Tm 4.12).

A Célula Protótipo ultrapassa de longe o aprendizado simplesmente informativo como base principal de um treinamento ou da multiplicação do modelo de células. Por ser a primeira célula, a mesma tem um papel diferenciado, pois servirá de padrão para as demais que virão. Um protótipo irá reduzir o risco de ter de experimentar múltiplas repetições, o que seria prejudicial para uma igreja em transição. Ajustes se fazem necessários no decorrer da caminhada.

Jesus escolheu aqueles que formaram sua célula protótipo. Assim também o pastor geral da igreja deve escolher aqueles nos quais ele vai investir a sua vida de um modo que não investiria em outros.

Durante o mês de junho começaremos a célula protótipo, completamente dependentes da graça de Deus. Ao mesmo tempo que a célula tem uma estrutura simples, ela é básica na vida da igreja. Precisamos de Jesus. Ore por nós.

Focados na transição

Uma transição nunca é fácil de ser feita, principalmente se a igreja é histórica ou tradicional. As pessoas têm dificuldade com mudanças que lhes tire da zona de conforto. O novo amedronta, pois ainda não é conhecido ou experimentado. Mas dou graças a Deus pela igreja que pastoreio. É uma igreja aberta e flexível a mudanças. Nos últimos oito anos, temos feito mudanças expressivas que muito contribuíram para a comunhão da igreja. Temos minimizado a estrutura e maximizado as relações pessoais. Hoje temos uma igreja mais voltada para relacionamentos, o que torna o ambiente mais compreensivo e familiar. Há um ano estamos no processo de mudar de uma igreja de programas para uma igreja em células. Estou contente com o andamento dos acontecimentos.

A reforma no século XVI foi teológica. A reforma em nossos dias é relacional e trata dos métodos. Ela já começou. Você e eu somos os reformadores que Deus quer usar para voltar às origens de como ser igreja. Não tem nada de inovação, é simplesmente voltar ao padrão inicial da igreja primitiva. Uma vez criticaram Billy Graham porque seus métodos e conteúdo pareciam como os de cinqüenta anos atrás. Ele respondeu que só não gostou da crítica, porque gostaria de estar atrasado dois mil anos. O mundo mudou, a igreja mudou, mas na verdade ela não mudou. Precisamos voltar às origens: “Todos os dias, no templo e de casa em casa, não deixavam de ensinar e proclamar que Jesus é o Cristo” (At 5.42).

A igreja precisa sair desse marasmo de conformismo com o status quo e alimentar-se com uma insatisfação santa. A acomodação impede a transição para uma igreja melhor. A igreja precisa focar em alvos mensuráveis. Precisamos determinar quem está na mosca de nosso alvo. Se não mirarmos em alguma coisa, nunca acertaremos em nada. Mas, se mirarmos em tudo, provavelmente também não acertaremos em nada. Não podemos perder o foco da evangelização. Jesus disse: “Pois o Filho do homem veio buscar e salvar o que estava perdido” (Lc 19.10). E ele disse também: “Assim como o Pai me enviou, eu os envio” (Jo 20.21).

A transição para uma igreja em células deve ser vista não como uma árvore frutífera, mas como uma semente a ser plantada e regada em corações férteis. Esse terreno é a mente dos líderes. Uma igreja não cresce apenas adicionando membros. Ela precisa multiplicar líderes. Nenhuma transição saudável acontece sem levar em conta a liderança da igreja. Os líderes devem ser bem informados e valorizados, porque a ignorância pode gerar oposição. Mas vale dizer que os líderes devem ter disposição para serem treinados e trabalharem em equipe. Aprendemos com a experiência dos outros, mas nada substitui a nossa experiência.

Uma virtude indispensável numa transição, é a paixão. Sem isso, as pessoas envolvidas podem mais atrapalhar que ajudar. Com paixão a pessoa ajuda a remar a canoa, sem paixão ela vai virar a embarcação. É bom lembrar da importância de envolver todos na transição. Um colega de ministério me disse certa ocasião que, “o pastor que não dá trabalho para a igreja, a igreja dá trabalho para ele”.

Numa transição o pastor não escapa de críticas. Ele precisa de convicção e perseverança. Caso contrário desanimará ou desistirá na caminhada. Nunca podemos esquecer que podemos agradar a Deus, mas não podemos agradar todo mundo. É preciso concentrar atenção aos favoráveis, não aos contrários. Deus costuma levantar novos líderes para um trabalho novo. Então, vamos investir naqueles que Deus nos deu. É preciso incentivar e elogiar. Assim, a pessoa se fortalece para continuar e avançar cada vez mais. O encorajamento cria reservas para períodos difíceis. A transição é feita por gente animada. Vamos lá!

O que é uma Célula

Continuamos na transição para sermos uma igreja em células. Nesse processo é importante enfatizarmos conceitos básicos e entendermos princípios elementares na vida de uma célula. Como todos sabem, estamos realizando o Intensivo de Reciclagem com toda a igreja. Muitos já concluíram, alguns estão na fase de encerramento, e ainda outros estão na metade do curso. O importante é que estamos caminhando bem nessa jornada longa e permanente. Além disso, alguns irmãos estão fazendo o TLA – Treinamento de Líderes Auxiliares. Esse grupo é a base da formação da Célula Protótipo que deve ter início em breve. A partir dessa célula-mãe virão as outras que se multiplicarão permanentemente.

É importante lembrar algumas coisas que precisam ser memorizadas. A célula tem cinco sistemas que dinamizam sua vida diária. Usamos a mão para ilustrar com os dedos essas etapas cíclicas. A vida em comunidade é o polegar: todos os dedos trabalham em conexão com o polegar. Todos os sistemas em uma célula relacionam-se a partir da célula e retornam para a célula. O treinamento é o dedo mínimo: representando os fracos nas células que devem ser preparados. A prestação de contas é o dedo anelar: o dedo anelar sugere responsabilidade. A célula tem um sistema de apoio de uns aos outros. A liderança é o dedo maior: ele representa as pessoas mais maduras na célula, os líderes, os “pais” e “mães”. Eles devem ser treinados para cuidar da célula. O evangelismo é o indicador: o dedo que pega coisas e dá a direção. O evangelismo é o que dá à célula o seu propósito de crescimento. Esses cinco sistemas devem acontecer simultaneamente na célula.

A célula é a comunidade holística (integral) de Cristo. Em nossos encontros temos destacado os três “pês” – Presença, Poder, e Propósito. A presença é o DNA da célula. Refere-se à presença de Cristo no centro da célula. Ele deve ser o foco do encontro. O poder mostra a força da célula, e se manifesta através da ministração da Palavra de Deus, da oração e dos dons espirituais. O propósito indica as funções da célula: adoração, evangelismo, edificação, disciplina, relacionamento, santificação, aplicação da Palavra, batalha espiritual, e ministérios vários.

O encontro da célula tem uma estrutura simples, mas dinâmica. Usamos quatro períodos, todos com a letra “E”: Encontro, Exaltação, Edificação, e Evangelismo. O encontro é o momento do quebra-gelo, você para mim e eu para você. A exaltação é quando nos voltamos para Deus em louvor e adoração e sua presença se manifesta em nosso meio. Na edificação recebemos o que Deus tem para nós pelo seu poder mediante a Palavra compartilhada, a oração e os dons espirituais. O evangelismo fala do propósito de Jesus, quando Deus se revela por meio de nós para os outros que ainda não se converteram.

A célula na igreja é um grupo de oito a quinze pessoas que formam uma comunidade para crescer no relacionamento de uns com os outros, experimentar o amor de Deus, e alcançar os incrédulos para Cristo. Pesquisas ao redor do mundo entre as igrejas mais crescentes têm constatado que o crescimento de uma célula não depende da idade ou estado civil de seus membros. Também não depende da formação acadêmica nem condição social, dons espirituais ou personalidade (extrovertido/introvertido). Por outro lado, existem valores claros que fazem uma célula crescer: em todas as igrejas onde as células crescem, os líderes gastam tempo em oração em favor dos membros e das pessoas que estão sendo alcançadas para Cristo. Além do encontro da célula, o tempo juntos fora da reunião semanal é outro fator de crescimento. Uma célula que cresce precisa ter alvos claros, e dar acompanhamento aos visitantes. O preparo para o encontro da célula tem uma importância notória por parte de seus participantes.

Valores de uma igreja em células

“Vocês sabem que não deixei de pregar-lhes nada que fosse proveitoso, mas ensinei-lhes tudo publicamente e de casa em casa” (At 20.20).

Metade de uma árvore não pode ser vista, é a raiz. Mas é a partir dela que vêm os frutos. Assim funcionam as células. Para ter sucesso nas células é necessário adquirir os valores. É por isso que fazemos questão que cada membro passe durante três meses pelo Intensivo de Reciclagem que trabalha os valores de uma igreja. Esperamos que nesse período a pessoa mude hábitos e adquira valores cristãos de como a Bíblia nos orienta nos relacionamentos.

Essa mudança não é simplesmente uma questão de estrutura. Aliás, mudar a estrutura sem mudar os valores significa fracasso total na implantação das células. A diferença é operada pelo próprio Jesus que disse: “sem mim vocês não podem fazer coisa alguma” (Jo 15.5). Quando adquirimos os valores internos, eles se tornam prioridades externas. Na verdade todos têm valores, mas precisamos reavaliá-los e mudar o que for necessário. Não basta falar do que valorizamos. O mais importante é fazer o que valorizamos. “As pessoas fazem os que elas valorizam e valorizam o que fazem”.

Os valores das células estão diretamente ligados aos relacionamentos, e isso leva tempo. Amar a Deus e amar o próximo engloba tudo isso (Mt 22.37-39). Jesus passou três anos com seus discípulos para mostrar que o discipulado e a implantação desses valores não são feito às pressas. Observar o estilo de vida das pessoas nos faz saber que valores elas têm, seja no uso do tempo, do dinheiro ou onde gastam energia.

Veja a relação de alguns valores centrais de uma igreja em células:

· Cada casa uma igreja, cada membro um ministro.
· A oração move a vida da igreja em células.
· Todo membro é um ministro (Ef 4.12).
· Líderes são chamados para servir.
· Cada célula se reproduz por si mesma ou morre.
· Nenhum programa deve competir com as células.
· Células funcionam como a base da igreja.
· Evangelização emana da vida da célula.
· A mútua prestação de contas deve ser praticada.
· Células adoram como toda a igreja adora.
· Novos líderes auxiliares são desenvolvidos continuamente.
· A igreja pode sobreviver à perseguição.
· Todo membro é equipado para o serviço.
· Espaço físico e prédios vêm com o crescimento das células.
· Os ministérios de apoio acontecem de acordo com os dons espirituais.
· O “sucesso” é proporcional à semelhança com o Novo Testamento.
· Crianças e jovens participam ativamente das células.
· A célula informa e transforma com a Palavra de Deus.

Precisamos enraizar os valores da vida em comunidade em nossas vidas. Isso leva tempo. E a grande ferramenta para as mudanças são os exemplos, porque a melhor propaganda são vidas transformadas. É fácil mudar estruturas. Difícil é mudar os valores fundamentais na vida das pessoas, mas é possível, com a graça e o poder de nosso Deus. Vamos avaliar nossos valores procurando detectar onde mais necessitamos fazer mudanças. Deus nos ajude.

Desenvolvendo liderança

Joel Comiskey

“Como este líder pode multiplicar sua célula seis vezes? Ele não tem entusiasmo suficiente, tão necessário para a multiplicação de um grupo”. Então, em minha entrevista, Carl Everett, o homem chamado de Sr. Multiplicação”, confirmou minhas suspeitas e disse-me que ele era uma pessoa muito tímida. “Como você multiplicou seu grupo tantas vezes?”, perguntei-lhe. “Oração, oração e oração”, ele disse-me.

Carl e sua esposa Gaynel, lideram uma célula no Bethany World Prayer Center em Louisiana, EUA. Sua preparação para a célula inclui jejum e oração no dia do encontro da célula. Antes do encontro, eles ungem a comida, a calçada, o jardim, todos os cômodos da casa e até mesmo todos os lugares que serão ocupados durante a reunião. Eles esperam até o término da reunião (durante a confraternização) para comerem. O exemplo dos Everett não é comum no Bethany. Um dia de jejum e oração são são suficientes para o início de novas células e para o sucesso evangelístico, enquanto outros permanecem estagnados? Visitei oito igrejas em células muito proeminentes na busca desta resposta. Mais de 700 líderes de células responderam minha pesquisa de 29 questões dizendo ater-se ao treinamento, posição social, devoção, educação do líder de célula, preparação do material, idade, dons. Esta análise estatística ajudou-me a descobrir padrões em comum em oito culturas diferentes. Descobri, por exemplo, que líderes de células bem sucedidos são diferentes entre si. A unção para ser um líder de sucesso não pertence a alguns poucos. Alguns acreditam que tais líderes são dotados de maneira especial, são mais cultos e possuem personalidades mais vibrantes que outros líderes. Enganam-se. Tanto cultos quanto incultos, casados ou solteiros, tímidos ou extrovertidos, dotados para professores ou para evangelistas, multiplicam igualmente seus pequenos grupos. Entretanto, várias características distinguem líderes bem sucedidos. Estes diferenciais estão relacionados às atitudes que uma pessoa toma como parte de sua rotina semanal. E isto não tem nada a ver com personalidade, origens ou há quanto tempo ela é cristã. Ao contrário disso, líderes de células bem sucedidos incorporam certos hábitos à sua rotina diária. Você pode juntar-se a eles.

1. VIDA DEVOCIONAL CONSISTENTE

“Eu quase não pude acreditar que o presidente dos Estados Unidos gostaria de encontrar-se comigo! Certamente, você pode imaginar que eu me preparei para este encontro especial. Senti-me honrado. Cheguei na Casa Branca horas antes para estar pronto na hora do encontro. Que honra estar na presença do Presidente da República!”.

O relato acima ilustra os sentimentos em relação a um encontro importante. Eu nunca me encontrei com o Presidente, mas alguém infinitamente maior deseja encontrar e conversar comigo todos os dias - Jesus Cristo. Ele é o Rei dos reis e o Senhor dos senhores. A vida de um líder de célula bem sucedido começa e termina com Deus. Só Deus pode nos dar sucesso. Minha observação de líderes de célula, mostrou claramente que o tempo despendido com Deus é o princípio mais importante por trás de um líder de célula bem sucedido. Um líder cheio do poder e do amor de Jesus Cristo sabe como ministrar a um membro de grupo magoado, com lidar com o falante ou como esperar para responder a uma pergunta.

Por que, então, os líderes de células não priorizam este tempo apropriadamente? Há, pelo menos, três obstáculos:

O primeiro e mais importante é a sonolência. Nós todos temos lutado contra a sonolência durante nossas devocionais. Nunca me esquecerei do conselho de David Cho sobre as devocionais da madrugada: “Saia da cama!” Na cama, uma oração profunda pode facilmente tornar-se um sono profundo! Ao invés disso, levante-se, lave seu rosto, tome café ou faça algum exercício, se necessário. Deixe o sangue correr.

Outro impedimento é nossa mente. Eu tenho de me aproximado do trono de Deus apenas por lutar contra meus pensamentos - o que aquela pessoa pensou de meus comentários na noite anterior, ou quando eu tenho que lavar o carro. “Seus pensamentos, Senhor, não os meus” é a batalha nas devocionais. Peça a ele que tome posse de seus pensamentos no “quarto de escuta”.

Falta de tempo é outro problema. Deixe a mentalidade do fast-food para o Mc Donald’s. Para que seja possível beber o máximo do Divino, você deve empregar tempo em meditações profundas. Como diz o salmista, as profundezas chamam às profundezas (Salmo 42.7). Não deixe seu tempo de devocional se não tiver sido tocado por Deus, se não tiver sentido o ardor de Sua glória. É necessário um longo tempo para o Trono de Deus. Uma ou duas visitas não serão suficientes.

2. VIDA FAMILIAR EQUILIBRADA

Tudo cheirava a sucesso. As células estavam se multiplicando. A igreja estava crescendo e experimentando a salvação e a cura. Mas como os membros falaram, era evidente que muitos líderes de células estavam sofrendo em suas vidas pessoais. Estavam ocupados todas as noites da semana. Um pastor disse certa vez: “Não é uma contradição ser bem sucedido como ministro da célula mas falhar com a família?” Claro que é! Na vida de um líder de célula bem sucedido, a família tem primazia. Deus deseja maximizar nosso trabalho como líderes de célula, mas não às custas da vida de nossa família.

O ministério da célula é um assunto da família e isso significa aproximar a sua família . O melhor é colocar sua família dentro do ministério da célula. Por exemplo, seu adolescente pode dirigir a célula das crianças ou dirigir o louvor. Suas crianças podem dirigir o quebra-gelo. Minha esposa, Celyce e eu, ministramos juntos, como um time, em nossa célula. Ela prepara o quebra-gelo e a confraternização. Eu preparo o louvor e a lição. Quando ela está liderando o grupo, eu cuido de nossas crianças de 2 anos de idade. De mesma maneira, ela faz este trabalho quando eu estou ministrando.

Depois dos encontros da célula, nós conversamos e analisamos o trabalho. Certa vez Celyce me disse: “Joel, você deve ser mais gentil com Inez. Eu sei que ela fala muito, mas você deveria ter lidado melhor com a situação.” “Não queria ter ouvido isso”, eu pensei. Mas era o que eu precisava ouvir. Nossa intimidade cresce conforme nós pastoreamos o grupo juntos e, abertamente, discutimos os detalhes de cada encontro, compartilhando as observações e aprendendo juntos. Este retorno sincero também nos ajuda a amadurecermos como líderes de célula.

3. DESENVOLVIMENTO DE LIDERANÇA

George Whitefield e John Wesley foram contemporâneos no século XVII na Inglaterra. Ambos dedicaram suas vidas ao trabalho do Senhor em um pequeno grupo na Universidade de Oxford. Ambos eram excelentes em pregações ao ar livre. Eles testemunharam milhares de conversões como fruto de seu ministério. John Wesley deixou prá trás uma igreja com 100.000 membros enquanto que George Whitefield não pôde nunca apontar um único fruto concreto de seu trabalho, até o fim do seu ministério. Por que? Wesley dedicou-se ao treinamento de líderes de pequenos grupos, enquanto que Whitefield manteve-se ocupado demais pregando e ministrando.

Sim, é excitante liderar um grupo de célula. Mas, como será seu grupo quando você o deixar nas mãos de seu atual auxiliar? Ele continuará a existir ou terminará? Você olhará para trás, para sua liderança, com alegria quando rever os grupos que você deixou prá trás, ou você ficará imaginando porquê tanto esforço resultou em tão pouco?

Todos nós somos vítimas da tirania da urgência. A lição da célula precisa ser perfeitamente adequada, alguém precisa fazer a confraternização, alguém precisa de uma carona, e isso, e aquilo, e aquilo... a lista é interminável. Os líderes de célula podem ser oprimidos por louvores, quebra-gelos, telefonemas, visitas, etc. Tudo demanda atenção imediata. Quais são as prioridades? Um líder de célula pode julgar: “Isto eu farei, aquilo, não!”? Sim. Líderes bem sucedidos analisam a urgência das necessidades da célula atual em função da importância que isto terá para as células filhas. Devido a isso, eles dão seu tempo prioritário treinando novos líderes. Essa priorização em levantar liderança, direciona os líderes atuais a empregarem tempo qualitativo com líderes em potencial. Como conseqüência, membros comuns de célula tornam-se líderes visionários.

O sucesso da liderança de uma célula é claro: quantos líderes têm sido destacados, treinados e iniciado um trabalho? O levantamento de futuros líderes é o estilo de vida bíblico: Moisés tutorou Josué e Elias treinou Eliseu. Os apóstolos foram recrutados e treinados por Jesus. Barnabé discipulou Paulo que, por sua vez, desenvolveu Timóteo. O Senhor tem trazido futuros líderes ao seu grupo. Você os está desenvolvendo?

4. CONVIDANDO PESSOAS

A maneira de levantar os futuros líderes de seu grupo é convidando pessoas para a reunião e continuar sempre convidando. A maioria dos líderes de célula ouvem as promessas bem intencionadas daqueles que falharam em continuar. “Steve prometeu vir”. “Eu me preparei para receber quatro pessoas que não vieram”. Você já ouviu estes comentários antes? Você mesmo já chegou a fazê-los alguma vez? Bem vindo à liderança da célula!

Líderes experientes entendem que devem convidar pessoalmente 25 pessoas para 15 dizerem que virão. Destes 15, entre 8 a 10 pessoas realmente aparecerão. Destes, 5 ou 7 freqüentarão regularmente após uma semana ou mais. Não permita que a rejeição o desencoraje. Líderes bem sucedidos não dependem de dois ou três comprometimentos verbais. Eles convidam pessoas novas constantemente.

Um grupo no Bethany World Prayer Center encontrava-se fielmente todas as semanas, mas experimentavam pouco crescimento. Um dos membros tinha freqüentado anteriormente um grupo que havia se multiplicado. Após analisar ambos os grupos, ele disse: “Na outra célula, nós tínhamos um fluxo constante de visitantes.”

Outra célula estava comemorando o nascimento de um novo grupo. O líder testemunhou que o grupo passou por um período difícil. Com apenas seis pessoas, o grupo fez “tudo certo” para ganhar não-cristãos e receber visitantes, mas poucos visitaram e menos pessoas ainda permaneceram. Mesmo assim, eles permaneceram tentando e orando e convidando até que eles se separaram. Vários visitantes começaram a freqüentar e convidaram seus amigos. Por esta célula ter resistido ao desencorajamento, a multiplicação aconteceu.

Líder: você deve responsabilizar-se, pessoalmente, pelo convite de novas pessoas. A composição certa de pessoas para o seu grupo está bem diante de seus olhos. Sangue novo na célula lhe traz vida nova. Novatos revigoram o grupo com sua presença. Continue convidando e não desista.

5. VISITAS

Luis Salas tem um grande mapa, bem manuseado, pendurado na entrada de seu apartamento em Bogotá. Este “mapa de guerra” está repleto de nomes de membros de célula em potencial. “Eu estou sempre sonhando e orando sobre novas pessoas para convidar para a célula,” ele disse. “Todos os dias eu me lembro deles e, às vezes, faço um contato pessoal com eles.”

Em apenas 18 meses, Luis multiplicou sua célula original 250 vezes porque ele está sempre procurando por membros em potencial. Mais importante do que isso, ele dá continuidade ao trabalho depois de sua visita. Alguns deles tornam-se membros e até líderes.

Se você deseja que sua célula cresça e se multiplique, uma chave fundamental para o evangelismo eficaz é o contato imediato com os visitantes. Quando alguém novo vier para o grupo, agende uma visita logo em seguida, envie um cartão ou pegue o telefone e faça uma ligação. O ditado é verdadeiro: “As pessoas não se importam com o quanto você sabe, até que elas saibam o quanto você se importa.”

6. EVANGELISMO NATURAL

Os membros novos sentem-se livres para compartilhar quando percebem uma atmosfera de aceitação e de amor no grupo. A “atmosfera do grupo” é a forma mais eficaz de expor a verdade do evangelho a não-cristãos.

Durante um encontro da célula, o líder René Naranjo, no Equador, começou uma lição sobre como Jesus purificou o templo (João 2). A discussão transcorreu desde o templo judaico até nossos corpos como templos de Deus e a célula como templo de Deus, hoje. René guiou a discussão quando necessário, mas a conversação fluiu naturalmente e ordenadamente. Um casal falou pouco, mas foram convidados a expressar seus pensamentos. Este casal não tinha um relacionamento pessoal com Jesus Cristo e ninguém os tinha confrontado com as Boas Novas do evangelho, até então. Eles sentiram-se à vontade para expressar seus pensamentos. René encerrou a célula dizendo que, se alguém quisesse receber Jesus Cristo, fizesse uma simples oração com ele e viesse até ele após o término da reunião.

Nos últimos seis meses, René implantou três células filhas. Ele, pessoalmente, supervisiona estas células e discipula os líderes. Na sua célula, os não-cristãos sentem-se confortáveis para expressar suas opiniões e ele, gentilmente, lhes aponta o Salvador.

Você deseja atrair não-cristãos ao seu grupo? O evangelismo na célula não tem uma abordagem programática e limitada. Antes, é um processo pessoal de compartilhar as Boas Novas sobre o perdão dos pecados e a nova vida em Jesus. Devido à atmosfera de intimidade e cuidado dos pequenos grupos, o evangelismo acontece naturalmente.

Abra a porta para Jesus

Continuamos em plena transição para uma igreja em células. O lema que usaremos para este ano é: “Igreja: Lugar de relacionamentos”. É exatamente isso o que significa ser uma igreja em células, buscar e manter relacionamentos saudáveis. Isso não acontece automaticamente, deve ser perseguido com empenho e amor.

Pela graça de Deus seremos cada vez mais uma igreja de relacionamentos, com liberdade de expressão e comportamento firmado em valores bíblicos e não em estruturas impostas. É muito fácil mudar estruturas e programas. O desafio é adquirir valores que se traduzam em mudanças práticas em nosso modo de ser igreja. Isso é o que estamos procurando fazer através do Intensivo de Reciclagem.

Em breve começaremos o quarto grupo de Intensivo de Células. Essa é a sua vez de conhecer os valores que viveremos nas células. São doze semanas para nos exercitarmos naquilo que será o nosso estilo de vida. Até o final deste mês estamos recebendo as inscrições. Você pode falar com o Pastor Antonio Francisco ou com a secretária da igreja, Simone Arruda.

Abra a porta para Jesus. Ele está mais perto do seu coração que os seus próprios pensamentos. Ele quer entrar numa intimidade sem precedente com você. Só que ele não força a barra. Ele espera que você se abra para o novo (Ap 3.20).

Por que uma Célula Protótipo?

Denilson Cunha

Nós estamos num processo de mudança, portanto é bem plausível que indagações sejam feitas e dentro do possível, sanadas. Digo "dentro do possível" porque muitas respostas só teremos com o tempo, na vida prática de nossa igreja quando vivermos em células.

Em minhas conversas com os irmãos, tenho estado alerta às suas indagações quanto à igreja em células. Hoje quero compartilhar da importância de uma célula protótipo, o “por quê” de uma célula protótipo.

Célula Protótipo - Modelo Operacional

“O protótipo age como um pára-choque entre a hipótese e a ação” (Michael Gerber).

Protótipo é uma representação visual do produto que está sendo desenvolvido. É construído geralmente com os mesmos materiais do produto final e já traz os mecanismos necessários para fazê-lo funcionar.

Já finalizamos o “Ano da Transição” - quatro módulos com a visão e valores de uma igreja em células, estamos finalizando o “Intensivo de Reciclagem” - vida prática em uma célula, estamos também finalizando o “Treinamento de Líder de Célula” - capacitação dos que liderarão as células, e você pode me perguntar: E aí, não podemos iniciar logo as células na igreja?

A minha resposta para você é NÃO!

Não podemos viver células sem antes vivermos a célula protótipo. Protótipos são usados de uma maneira direta para reduzir o risco. A natureza e a meta do protótipo devem permanecer claras durante toda a sua vida útil. Se nós não pretendemos desenvolver o protótipo até a fase operacional, melhor não iniciá-lo.

Jesus levou três anos e meio com seus discípulos, tempo investido em ensino e vida prática. Por várias vezes os discípulos ouviram as verdades do Reino de Deus, seus valores; por outras vezes viram Jesus mostrando “como fazer”, vida prática.

A salvação foi anunciada por Deus em Gênesis, concretizada em Cristo e hoje vivida por nós. O período de Cristo aqui na terra, foi o período do protótipo da primeira igreja.

O período do protótipo é o tempo quando:

1. A visão é descoberta e lançada;

2. Os valores são definidos e internalizados;

3. A liderança é identificada e desenvolvida;

4. A vida no corpo é experimentada e modelada;

5. A infra-estrutura é testada e experimentada;

6. O poder é antecipado e recebido.

Antes da visão se tornar operacional é necessário desenvolver um protótipo.

Começar da Forma CertaPeritos em controle de qualidade como W. Edwards Deming e J. M. Juran, afirmam conforme seus cálculos que: “É 50 vezes mais difícil consertar um problema depois que o processo foi realizado de forma errada do que realizar o trabalho da forma certa logo na primeira vez”.

Se nós não iniciarmos igreja em células através de um protótipo - que é a forma certa, as conseqüências serão onerosas, consumidoras da motivação, credibilidade e tempo.

Grandes indústrias investem tempo e recursos necessários para desenvolver protótipos que funcionem bem. Entre o projeto e o operacional, existe o protótipo.

“O PROCESSO DE CÉLULA PROTÓTIPO REQUER VISÃO, COMPROMISSO E PACIÊNCIA”.

Se grandes indústrias investem tempo e recursos para desenvolver protótipos, por que nós, que lidamos com o bem mais precioso para Deus - almas, não investiríamos tempo e recursos na Célula Protótipo?

Não se iluda, todo processo de igreja em células bem sucedido teve suas bases fincadas em um protótipo bem sucedido.

Não devemos copiar simplesmente a “fórmula” de outras igrejas, o que funciona numa igreja pode não funcionar na nossa. A fase operacional não difere em natureza e propósito, mas difere em implementação. A célula protótipo vem primeiro e dela surge a fase operacional.

Antes de sermos influenciados por igrejas bem sucedidas em células, devemos primeiramente verificar sua base, como foi a célula protótipo, pois aí estará contido o bom DNA desta célula.

O sucesso de um produto final - operacional, está no seu produto inicial - protótipo.

Continuemos firmes e constantes.

O andamento de transição para células

Estamos indo bem na transição para uma igreja em células. Trinta e sete irmãos estão participando do Intensivo de reciclagem. Destes irmãos, sete farão o Curso de Líderes de Células que começará dia 15 de fevereiro, logo após o quarto e último módulo da transição.

Já consideramos uma perspectiva histórica e bíblica da Igreja em Células; vimos que a vida em células é ter relacionamento com Deus e com os irmãos. Mas para isso, precisamos morrer para o egoísmo. Assim, encontramos a presença viva de Jesus na célula onde cada crente é um ministro. Nossa comunhão deve acontecer sete dias por semana, e os dons são as ferramentas de Deus em nossas vidas para abençoar uns aos outros por Jesus através dos irmãos. Dessa forma vivemos o propósito de Deus.

Cada membro da igreja deve fazer o Intensivo de reciclagem antes de entrar para uma célula. Essa é a condição para um membro da igreja participar da célula. Apenas as pessoas que estão chegando e vão chegar à igreja não farão o Intensivo. A razão para isso é que essas pessoas já começarão a vida cristã no ambiente de células.

Os que estão fazendo o Intensivo devem continuar participando até completarem as doze semanas e fazerem todas as tarefas pedidas, sozinhos ou com os seus parceiros. Já os que não estão participando de um pequeno grupo agora, devem aguardar a formação da próxima turma, que será anunciada com antecedência. A Bíblia diz que os primeiros cristãos, “todos os dias, no templo e de casa em casa, não deixavam de ensinar e proclamar que Jesus é o Cristo” (At 5.42). Esse deve ser o nosso estilo.

IV Módulo de Igreja em Célula

Está se aproximando o 4º Módulo de Igreja em Células. Estamos no Ano da Transição e agora chega o último módulo desse ano de treinamento para a implantação de células na igreja. É aberto a todos. Aqueles que já fizeram os primeiros três módulos não podem perder esse. Mesmo as pessoas que não fizeram nenhum dos treinamentos, podem fazer agora. Haverá uma ministração especial para células de crianças. Participe!!!

Intensivo de Reciclagem de Células

Hoje aconteceu o primeiro encontro de mais um grupo de intensivo de reciclagem de células em nossa igreja. É um grupo formado por dezenove jovens. Nesse dia acontecia a tradicional reunião de mocidade, mas, como estamos na transição para uma igreja em células, chamei todos os jovens para esse intensivo. A grande maioria correspondeu. São 12 semanas trabalhando os valores de uma igreja em células.

A maturidade se mede pelo compromisso

Como líder, sei que sou a pessoa diretamente responsável pelo crescimento espiritual do rebanho que pastoreio. Devo me empenhar nisso. Sei também que o estilo tradicional e histórico de ser igreja tem tirado do cristão a sua responsabilidade.

Cada pessoa na igreja e na célula deve ser responsável, de acordo com as diretrizes bíblicas. Isso deve acontecer de modo natural na edificação mútua uns dos outros. Apenas uma igreja em células oferece ambiente propício para que cada crente se mobilize, crescendo e contribuindo para o crescimento de outros. Na igreja em células não existe líder supercontrolador ou superprotetor. Pelo contrário, todos ministram uns aos outros enquanto se relacionam.

O Espírito Santo de Deus capacita cada irmão para o ministério, mas temos de cooperar com ele, lançando-nos ao serviço cristão. Como líder, meu papel é criar um ambiente favorável para o surgimento de dons entre os membros do rebanho.

À medida que os crentes começam a compartilhar suas necessidades, sem medo de serem vulneráveis, os dons espirituais começam a fluir e todos se envolvem num crescimento coletivo. O que quero deixar enfatizado aqui é que cada crente precisa criar a consciência de que é um agente direto do mover de Deus na igreja e no mundo. Só assim poderemos mostrar compromisso com Deus e sua obra.

A Bíblia diz: “Quando vocês se reúnem, cada um de vocês tem um salmo, ou uma palavra de instrução, uma revelação, uma palavra em uma língua ou uma interpretação. Tudo seja feito para a edificação da igreja” (1 Co 14.26).